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Israel tira Al Jazeera do ar e ordena fechamento de escritórios da emissora

g1.globo.com
Israel tira Al Jazeera do ar e ordena fechamento de escritórios da emissora
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Lei aprovada em abril permite o fechamento temporário de emissoras estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional do país. Polícia israelense recolhe equipamentos da Al Jazeera após ordem de fechamento do canal
O Estado de Israel ordenou o fechamento dos escritórios locais da rede de TV Al Jazeera neste domingo, aumentando a disputa entre a emissora e o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A medida extraordinária inclui o confisco de equipamentos, impede a transmissão e bloqueia os sites da Al Jazeera, do Catar. É a primeira vez que o estado de Israel tira do ar uma emissora estrangeira.
A Al Jazeera saiu do ar do principal serviço de TV por assinatura de Israel horas após a ordem. Entretanto, seu site e outros links de streaming em diversas plataformas ainda eram acessíveis no domingo.
Neste domingo (5), policiais israelenses realizaram batida em um quarto de hotel, em Jerusalém, que era usado pela Al Jazeera como escritório.
Vídeos publicados na internet mostram policiais à paisana desmontando o circuito de câmeras do local.
A rede vinha cobrindo 24 horas por dia a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, apesar das ofensivas de Israel que mataram e feriram seus próprios funcionários.
A cobertura inclui, em sua versão em árabe, a veiculação de comunicados em vídeo do Hamas e de outros grupos militantes na região, causando a ira de Netanyahu.
“Os repórteres da Al Jazeera prejudicaram a segurança de Israel e incitou contra soldados”, disse Netanyahu em um comunicado neste domingo. “É hora de retirar o porta-voz do Hamas de nosso país”.
O que diz a Al Jazeera
A Al Jazeera divulgou um comunicado informando que vai “buscar todos os canais legais por meio de instituições jurídicas internacionais em sua busca de proteger seus direitos e jornalistas, assim como o direito do público à informação”.
“A supressão contínua de Israel à imprensa livre, vista como um esforço para esconder suas ações na Faixa de Gaza, viola o direito internacional e humanitário”, disse a rede.
“Os ataques diretos e assassinatos de jornalistas por parte de Israel, as prisões, a intimidação e as ameaças não impedirão a Al Jazeera de se comprometer com a cobertura, embora mais de 140 jornalistas palestinos tenham sido mortos desde o início da guerra em Gaza.”
A mídia israelense disse que a ordem permite que Israel bloqueie a operação do canal no país por 45 dias.
Mensagem pré-gravada
Imediatamente após o anúncio, o canal da Al Jazeera em inglês começou a transmitir uma mensagem pré-gravada de um de seus correspondentes em um hotel em Jerusalém.
“Eles também estão banindo o uso de qualquer dispositivo, incluindo meu telefone celular”, disse a correspondente Imran Khan. “Se eu usar o aparelho para apurar alguma informação, os israelenses simplesmente podem confiscá-lo”, afirmou.
O banimento não parece ter afetado as operações da Al Jazeera na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza, controladas por Israel, mas que não são território soberano israelense.
A decisão ameaça aumentar as tensões com o Catar, em um momento que o governo de Doha tem um papel principal nas tentativas de mediação para um cessar-fogo em Gaza, junto com o Egito e os Estados Unidos.
O Qatar tem tido relações tensas com Netanyahu, em particular desde que este fez comentários sugerindo que o Qatar não exerce pressão suficiente sobre o Hamas para o levar a ceder e chegar a um acordo de trégua. O Catar recebe líderes do Hamas exilados em um escritório político em Doha.
Os lados parecem estar perto de chegar a um acordo, mas várias rodadas anteriores de negociações terminaram sem acordo.
Em um comunicado no domingo, o Hamas condenou a ordem do governo israelita, apelando às organizações internacionais para que tomem medidas contra Israel.
Histórico
O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu
Abir Sultan/Pool Photo via AP
O Knesset, o Parlamento de Israel, aprovou em 1º de abril a lei que permite ao governo fechar a rede de TV Al Jazeera no país. O projeto contou com 71 votos a favor e 10 contra.
Antes mesmo da votação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia afirmado, por meio do porta-voz de seu partido, o Likud, que "tomará medidas imediatas para fechar a Al Jazeera, de acordo com o procedimento estabelecido na lei".
Na rede social X (antigo Twitter), Netanyahu se pronunciou sobre a lei e chamou a emissora de terrorista.
"A Al Jazeera prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente do massacre de 7 de outubro e incitou contra os soldados das Forças de Defesa de Israel. O canal terrorista Al Jazeera não transmitirá mais de Israel", disse o primeiro-ministro israelense.
A lei aprovada pelo Congresso israelense não se limita apenas ao Al Jazeera: ela permite o fechamento temporário em Israel de emissoras estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional. O fechamento de veículos de imprensa pelo governo de Netanyahu se estenderia por um período inicial de 45 dias, com a suspensão podendo ser renovável por mais tempo.
A Al Jazeera é uma rede de TV com sede no Catar, que recebe financiamento direto do regime de Doha, embora afirme manter independência editorial.
Israel já havia acusado a emissora de provocar agitação contra o país entre os telespectadores árabes.
EUA e Catar
No início de abril, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que a lei aprovada pelo Congresso israelense é "preocupante" e destacou que a liberdade de imprensa é fundamental. O comentário dos Estados Unidos é importante porque o país é o maior aliado de Israel.
No final de março, os EUA se abstiveram de uma votação de cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas no Conselho de Segurança da ONU. Isso irritou Netanyahu, que decidiu cancelar a visita que ele e sua delegação fariam aos EUA para discutir sobre a guerra.
Procurados pela agência Reuters, o principal escritório da emissora em Israel e o governo do Catar não responderam imediatamente a um pedido para comentar a fala do premiê.
Autoridades israelenses reclamam há muito tempo da cobertura da Al Jazeera, mas não chegaram a tomar ações.

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